manos des trocados

ao fim destes anos todos, continuam a ser voces os dois. os dois. um melhor amigo que não merece esse título. e o melhor amigo que nunca foi menos que o outro. diferentes. em tudo. em mim, diferentes.

porque sei que não posso contar contigo, raramente pude. e não gostava de me iludir outra vez a pensar que vai ser diferente. saíste. não, continuas sempre cá. mas sem nunca teres estado. do meu lado. porque a presença é para ser sentida na ausencia. e eu na (tua) ausencia nunca te encontrei. e sabes que te procuro. não como ja procurei, mas ainda procuro. às vezes penso na nossa amizade como uma utopia. porque tu não existes na realidade como eu te teimo ver. como eu sou para ti. achei que não tinha mais por onde me desiludir contigo. secalhar o problema é mesmo comigo. espero uma amizade que nunca foi... mas apesar de tudo o sentimento é bonito. é lindo o que nos une. sem unir na realidade. mas também não é fingimento. maneiras diferentes de agir. que não se compatibilizam. não precisei de ti por muito tempo. e conseguiste, não preciso. e estou farta de escrever para ti e falar para ti sem que recebas a mensagem. ja viste, tantas palavras que nao recebes... preciso gritar contigo para que ouças. vais continuar sem perceber. mas ouves e eu alivio.


e o outro menino que nunca saiu, nunca quis sair. amanhã cafezinho ao final da tarde... quando estou longe de ti desconfio. mas quando estou perto sei que posso confiar. porque és autêntico. não finges, não andas às voltas. contigo nunca caio porque não me fazes rasteiras. e contigo os "se" ecoam... não vale a pena, eu sei. mas é difícil imaginar-me mal contigo. é mais fácil imaginar-me melhor contigo. as escolhas ficaram para tras, agora estamos demasiado longe desse tempo. e quando fazemos o tempo voltar a trás, nada foi errado e nada ficou ressentido. e é o "gosto de ti" mais saboroso que troco. sabe a café com leite docinho...