Eu vi. Mas não toquei.(*)
Só uma coisa me desviou a atenção dos teus olhos. O teu sorriso. Sim, tu sabes qual é! Sorriso esgarrado de puto mimado. Sorriso de quem tem tudo e tem fome de mais. É esse sorriso que vou recordar sempre. É por esse sorriso que não quero esquecer. Esse sorriso que ainda hoje me matou. E vai matar sempre. E já matou tantas vezes. Foi por ele que me deixei morrer e é por ele que hoje volte a viver. Pelo sorriso.
O olhar e o sorriso. Que já foram teus. Agora serão de outra pessoa. Porque teus já não podem ser. Podiam… Puderam. Mas já não podem.
Eu vi. Mas não toquei.
Não toquei… porque o que o toque transmite ao cérebro, o olhar transmite ao coração. Da mesma maneira. Com o mesmo risco. Com a mesma confusão. Por isso vi-te. E não te toquei. Porque queria tocar. Porque vi que querias tocar. E sei que o que te chega ao cérebro nem sempre chega ao coração.
E não te toquei. Nem na pele nem na alma. E só tocarei se ta vir. A alma, o coração. Ou basta a sinceridade. Não, a sinceridade não chega e lá vem o sorriso atormentar-me… Pois eu também sei sorrir dessa maneira, e agora sou eu que quero mais. Não de ti. Mas agradeço não teres partido. E um dia também me vais ver, e não vais tocar. Enquanto eu… Eu vou finalmente tocar e sentir que vejo.
[* inspirado no post Eu vi mas não agarrei q Alvim deixou no seu blog...]